Cientistas produziram uma linhagem de mosquitos portadores de genes que bloqueiam a transmissão da malária, na esperança de que possam cruzar com outros membros de suas espécies e gerar descendentes incapazes de disseminar a doença.
Em estudo publicado na edição desta terça-feira (24) da revista "PNAS", pesquisadores relatam que usaram uma técnica de engenharia genética em que o DNA pode ser inserido, substituído ou excluído de um genoma, em uma espécie chamada Anopheles stephensi, que espalha a malária na Índia urbana.
Os cientistas inseriram DNA na linha germinal das espécies as células que passam os genes de geração em geração, criando mosquitos com genes que impedem a transmissão da malária, produzindo anticorpos bloqueadores que são repassados para 99,5% da prole.
A malária é causada por parasitas transmitidos às pessoas pela picada fêmeas de mosquito infectadas.
O objetivo dos cientistas é liberar mosquitos geneticamente modificados para acasalar com os mosquitos selvagens para que seus genes de bloqueio entrem na cadeia e, eventualmente, cubram toda a população do inseto, anulando a capacidade das espécies de infectar as pessoas com os parasitas.
"O gene pode se espalhar por uma população com grande eficiência, passando de 1 % a mais de 99 % em 10 gerações, ou cerca de uma temporada de mosquitos", afirmou o biólogo Valentino Gantz, da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos.
O biólogo Ethan Bier, da mesma universidade, considerou a descoberta uma "potente ferramenta no controle sustentável da malária", já que todos os mosquitos em uma determinada região teriam genes antimalária.
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