O maior reservatório do Nordeste, a barragem de Sobradinho, está próximo de atingir menor volume da história e pode prejudicar o abastecimento de algumas cidades alagoanas. Caso não chova nos próximos meses, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) estuda a diminuição da vazão da Hidroelétrica de Sobradinho, provocando a redução do volume do Rio São Francisco, onde são captadas águas para o abastecimento de municípios sertanejos, principalmente em Pão de Açúcar e Traipu.
Segundo o assessor técnico da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Jorge Brizeno, a diminuição do volume da barragem de Sobradinho não afeta diretamente à companhia, por ela ser utilizada apenas para a geração de energia elétrica.
“O que nos deixará em alerta é se confirmar a redução da vazão na hidroelétrica, pois o volume do Rio São Francisco diminuiria vinte centímetros em alguns pontos, o que pode prejudicar a captação de águas para o abastecimento humanos em cidades alagoanas. Traipu e Pão de Açúcar receberiam uma atenção especial”, explicou.
O presidente da Casal, Clécio Falcão, informou que a companhia já realizou um planejamento de ações para adequar a captação para os níveis baixos no São Francisco, incluindo a utilização de motobombas e desassoreamento em alguns trechos até o leito.
“Já enviamos ao Ministério da Integração Nacional o nosso planejamento com orçamento em torno de R$ 7,5 milhões para que sejam feitas ações para adequar a nossa captação e com isso não prejudicar os municípios da Bacia Leiteira, baixo São Francisco e Sul de Alagoas”, contou.
Atualmente, a barragem possui um volume de 34 bilhões de metros cúbicos e o volume mínimo operacional seria de 28 bilhões de metros cúbicos. Superintendente de operações da Chesf, João Henrique Franklin garantiu que a diminuição do volume pode provocar na redução da vazão, mas que não prejudicaria o fornecimento energético do Nordeste porque há outros meios que supriria a demanda atual da região.
“Sobradinho é responsável por 60% do fornecimento energético do Nordeste, se houver redução do volume, consequentemente haverá diminuição na geração de energia, mas nada que comprometa, pois a região já possui 7 mil megawatts fornecidos por meio de energia eólica e 5 mil megawatts por termoelétricas, e hoje o Nordeste consome mensalmente 10 mil megawatts”, finalizou.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) prevê que para os próximos meses chova 40% a menos do previsto na região, o que dificulta a recuperação do nível da barragem.
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