*Por Thiago Nunes
O interior de Alagoas é muito rico em cultura e em folclore,
e o que é folclore? Fácil de responder, folclore é um conjunto de costumes,
lendas, provérbios, manifestações artísticas em geral, preservado por um povo
ou grupo populacional, por meio da tradição oral ou populário.
E isso nós temos de sobra no nosso interior e mais
precisamente no sertão de Alagoas.
Pão de Açúcar é uma cidade das mais antigas, foi uma cidade
muito importante para o desenvolvimento do sertão, foi referencia em cirurgia,
ligou Alagoas à Sergipe, pelo transporte via balsa, facilitando o escoamento
das produções tanto de Alagoas quanto de Sergipe. Mas pão de Açúcar tem também
seus folclores, não poderia fugir a regra.
Em Pão de Açúcar, na década de 60 existia uma figura muito
enigmática, hoje folclórica, que foi, justamente, Seu Olívio Baia.
Olívio Baia tinha alguns costumes, ele, por exemplo, só
bebia de paletó e gravata, só bebia do sábado para o domingo e do domingo para
a segunda, e só bebia das 18h00min às 05h00min da manhã, jamais excedia esse
horário. E se por um acaso uma festa, como o natal, por exemplo, caísse no meio
da semana? Simples de resolver, Olívio tomava aquele dia ‘emprestado’, ou seja:
se bebesse na quarta, sempre à noite evidentemente, ele descontava do sábado,
só beberia então do domingo para a segunda.
Questionado o porquê de só beber de paletó e gravata, seu
Olívio Baia era curto e rápido em responder: “eu nunca vi ninguém de paletó e
gravata ser preso”.
E a mais enigmática questão: Porque só beber a noite? A
resposta era dada de imediato: “A Lua tem o prazer de me ver bêbado, o sol não”
Seu Olívio antes de falecer deixou de beber e ate hoje seguem
os mistérios desse ‘abandono’ aos deleites do álcool e aos encantos da Lua, ele
ficou gravado na historia folclórica de Pão de Açúcar e do sertão de Alagoas
juntamente com suas célebres frases e costumes.