Por Adriano Soares da Costa-Advogado
A ATUAÇÃO de Alfredo Gaspar de Mendonça na condução da secretaria estadual de Segurança tinha um desafio principal a ser vencido, que não se mede em números ou planilhas: devolver a sensação de segurança das pessoas. O sentimento coletivo de segurança não pode ser medido, pesado, contabilizado; quando desaparece, porém, a sensação de insegurança passa a ter tamanha força que causa inúmeras reações socialmente importantes, modificando até mesmo os hábitos e modo de agir de muitos.
Houve, no governo anterior, um esforço imenso para melhorar os índices da criminalidade. Com o apoio da Falconi Consultoria de Resultados, aplicou-se toda uma metodologia para levantamento do perfil da criminalidade em Alagoas e um planejamento para reduzir os índices que se apresentavam. Com a parceria com o Governo Federal, realizou-se um trabalho conjunto, com inversão de recursos, equipamentos, logística e apoio da Guarda Nacional.
Apesar de todos os avanços, o Governo Estadual perdeu a luta da comunicação e, mais ainda, viu um crescente sentimento de insegurança tomar conta da classe média, apresentando-se avassaladoramente nas redes sociais. Por mais que o Governo fizesse, havia a derrota em um dos pontos fundamentais para a segurança pública: a percepção que as pessoas têm do trabalho do aparelho repressor do Estado. Contra os números positivos expostos apresentavam-se as angústias coletivas que não podiam ser contabilizadas: a angústia coletiva é um dado social que potencializa reações sociais de dissabor, desconforto, inquietação.
A grande virtude da atuação de Alfredo Gaspar de Mendonça não pode ser, portanto, quantificada ou planilhada. Ela é percebida nas ruas, nos bares, nas rodas de conversas: há mais segurança. Claro que não faltam teorias para explicar, uma delas repetida muito a cotio: há muitos enfrentamentos entre polícia e bandidos, com muitas mortes na bandidagem. A resposta dada tem sido simples: queriam que os policiais morressem ou houvesse empate técnico?
Não me cabe aqui analisar números. Não é esse o meu propósito. Interessa-me enfatizar um dado de fato apenas: há um sentimento maior de segurança, desanuviando o ambiente antes asfixiante em razão do medo. Não sei se houve mudanças profundas na estrutura das polícias, no orçamento, no planejamento. Deixo aos entendidos pesquisar, buscar e escavacar possíveis erros da condução da segurança pública. A mim, que não sou da esquerda festiva, interessa-me dizer que Alfredo Gaspar de Mendonça está de parabéns. Alagoas está mais segura, ao menos na percepção das pessoas. E isso não é pouca coisa!
Fonte: http://converandocomadrianosoaresdacosta.blogspot.com.br