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Renan anuncia que deixa liderança do PMDB no Senado


O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Renan Calheiros (AL) anunciou nesta quarta-feira (28) em plenário que decidiu deixar a liderança do PMDB no Senado.

Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), articula para o senador Garibaldi Alves (RN) assumir o posto.

Ex-presidente do Congresso Nacional, Renan passou a ocupar a função no início deste ano e, desde então, tem adotado postura contrária ao governo do presidente Michel Temer, criticando, principalmente, as reformas da Previdência Social e trabalhista.

"Deixo a liderança do PMDB. Devolvo, agradecido aos meus pares, o honroso cargo, que procurei exercer com a dignidade merecida, sempre orientado pelos objetivos mais permanentes no país."

Na sequência do discurso, Renan fez duras críticas ao governo e afirmou que não serve para ser "marionete".

Ao plenário, o senador acrescentou que, se permanecesse na função, isso significaria que ele havia decidido ceder às exigências de um governo que trata o PMDB como um "departamento" do Poder Executivo.

"Ingressamos num ambiente de intrigas, provocações, ameaças e retaliações, impostas por um governo, suprimindo o debate de ideias e perseguindo parlamentares."

'Vocação para marionete'

Ao dizer que não tem "a menor vocação para marionete", Renan Calheiros afirmou que o governo do presidente Michel Temer não tem credibilidade para conduzir as reformas propostas ao Congresso Nacional.

Para o senador, as reformas sacrificam os mais pobres e discriminam regiões e, por isso, ele decidiu "ficar com a sociedade".

"Precisamos, claro, de um plano econômico de emergência. Ontem [terça, 27], o ministro do Planejamento [Dyogo de Oliveira] chamou a atenção para a crise fiscal que o país atravessa. Eu defendo reformas, mas não as reformas destinadas a abolir direitos trabalhistas conquistados a duras penas."

Postura 'covarde'

No discurso, de pouco mais de 15 minutos, Renan Calheiros disse, ainda, que não "detesta" Michel Temer, mas não "tolera" a postura "covarde" do presidente de "desmonte" das leis trabalhistas.

Ao avaliar que a situação política do país é "gravíssima", o senador acrescentou, na sequência, que a crise tem se aprofundado todos os dias e, por isso, cabe ao Congresso Nacional defender os interesses do país, sem que os parlamentares se apeguem a cargos no governo.

"Não detesto Michel Temer, não é verdade o que dizem. Não tolero a sua postura covarde diante do desmonte da CLT. A situação política do país é gravíssima."


G1