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Empresas de ônibus pagaram R$ 122 milhões em propina a Cabral, diz MPF

A investigação do Ministério Público Federal (MPF) que levou à Operação Ponto Final, que investiga propina de empresários de ônibus a políticos e fiscalizadores dos transportes do Rio, aponta que o ex-governador Sérgio Cabral recebeu R$ 122,85 milhões por meio do operador e braço-direito Carlos Miranda - ambos já estão presos. No total, foram cerca de movimentados R$ 260 milhões em propina, de acordo com a investigação.

Nesta segunda-feira (3), duas prisões foram confirmadas: a de Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor, e de Rogério Onofre, ex-presidente do Detro. Na noite de domingo (2), outro mandado de prisão foi antecipado, contra o empresário Jacob Barata Filho.

Um dos maiores empresários do ramo de ônibus do Rio, Barata foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, ao tentar embarcar para Lisboa, Portugal. O empresário já estava na área de embarque quando foi detido. A polícia suspeita que ele ficou sabendo da operação e tentava fugir. A defesa nega e diz que Jacob Barata Filho estava com passagem de volta de Portugal marcada para 12 de julho.

Presos confirmados:

Jacob Barata Filho, empresário do setor de transportes, suspeito de ter recebido R$ 23 milhões em propina (preso)
Rogério Onofre, ex-presidente do Detro, suspeito de receber R$ 44 milhões (preso)
Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor, suspeito de receber R$ 1,57 milhões (preso)
José Carlos Lavoura, conselheiro da Fetranspor, suspeito de receber R$ 40 milhões (está em Portugal e a PF acionará a Interpol)
Marcelo Traça Gonçalves, presidente do sindi
Operação Ponto final

A Operação Ponto Final busca cumprir pelo menos oito mandados nesta segunda. A ação foi baseada nas delações premiadas do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Jonas Lopes e do doleiro Álvaro Novis.

Agentes fizeram buscas nas cidades do Rio, São Gonçalo e Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro, e nos estados do Paraná e Santa Catarina.

Por volta das 6h30, agentes da PF entraram no apartamento de Lélis Marcos Teixeira, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor, que engobla 10 sindicatos do estado) e da Rio Ônibus (sindicato do município do Rio), na Lagoa, Zona Sul do Rio.

Lélis já havia sido levado em condição coercitiva em outra operação da Lava Jato e desta vez tem um mandado de prisão cumprido contra ele. Já preso, ele ficou até as 9h40 em sua casa com policiais buscavam documentos e outras provas. Foram apreendidos relógios, anéis, colares e HDs (discos rígidos para armazenar aquivos de computador), além de obras de arte, US$ 5,5 mil e mais uma quantia em reais.

Tranportado em um carro descaracterizado da polícia, Lélis chegou na sede da Superintendência da PF pouco antes das 10h, sem falar com jornalistas.

Prisão em Florianópolis

Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro), foi preso em Florianópolis, segundo informações da TV Globo. Agentes da PF também cumprem mandados de busca e apreensão na capital de Santa Catarina e no Leblon, na Zona Sul do Rio, em imóveis ligados a Onofre.

Segundo investigações, pelas mãos de Onofre passaram pelo menos R$ 40 milhões em propina. Ele é advogado, ex-prefeito de Paraíba do Sul - com dois mandatos - e foi indicado em 2007 pelo então governador Sérgio Cabral, também preso na Lava Jato, para a presidência do Detro, órgão que fiscaliza o transporte intermunicipal no Rio. Em um perfil no Facebook sobre sua gestão, Onofre diz que recebeu autonomia total para combater o crime.

Policiais federais também foram a um condomínio na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, para cumprir mandado de prisão contra José Carlos Lavoura, integrante do conselho da Fetranspor. Os investigadores, no entanto, receberam a informação de que ele está em Portugal. A PF vai acionar a Interpol para encomtrar Lavoura.

Marcelo Traça Gonçalves, presidente do Sindicato de Empresas de Transporte Rodoviário do Rio de Janeiro, também teve a prisão decretada, assim como outras quatro pessoas que não tiveram a identidade divulgada.


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