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I Seagro: evento reúne estudantes, agricultores e agrônomos em Piranhas

Entre os dias 25 e 27 de julho, o Instituto Federal de Alagoas – Campus Piranhas sediou a I Semana de Agronomia (I Seagro), realizada pelo curso superior de Engenharia Agronômica da instituição. O evento consolida o curso que ainda formará sua primeira turma, mas já tem dois anos de criação. Trazendo como tema o “Empreendedorismo Rural”, o evento trouxe histórias e iniciativas empreendedoras de agricultores, cooperativas e empresas para o público formado por estudantes de agronomia, agricultores e agrônomos.

Abertura

A cerimônia de abertura do evento contou com a participação do reitor do Ifal, Sérgio Texeira Costa, do diretor-geral do campus, Ricardo Albuquerque de Aguiar, do pró-reitor de ensino, Luiz Henrique de Gouveia Lemos, do secretário municipal de agricultura de Piranhas, Antônio Nunes Araújo Neto e do representante do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Gustavo Nunes. Os componentes da mesa destacaram a importância do curso superior em Agronomia para região e relevância de um evento desse porte realizado pelo curso.
Para o coordenador do evento, o professor do Ifal Piranhas, Marcílio de Souza Barbosa, a Seagro representa para o Campus um espaço de intercâmbio entre pesquisadores, docentes e discentes, técnicos de assistência técnica e extensão rural e agricultores, através da exposição de opiniões e experiências técnicas e científicas sobre os aspectos socioeconômicos e ambientais que permeiam a temática do evento. “Para alunos e professores este é um espaço que tem como objetivo disseminar o conhecimento com discussões relevantes sobre temas de grande importância para comunidade acadêmica, apoiando ideias ou processos inovadores de grupos de pesquisas ou de organizações sociais locais”, conta o professor.

Potencialidades do Semiárido

O grande destaque do primeiro dia de evento foi o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e Pastagens Alberício Pereira de Andrade, que falou sobre as Potencialidades do Semiárido. Sua trajetória na área agrícola começou na década de 70, quando cursou a graduação em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba (1976), mais tarde, tornou-se mestre em Irrigação e Drenagem pela Universidade Federal de Santa Maria (1980) e titulou-se doutor em Agronomia (Ecofisiologia Vegetal) pela Universidad de Córdoba, Córdoba-Espanha (1992). O professor Alberício tem experiência em Ecofisiologia Vegetal e Relação Solo Água Planta, desenvolvendo pesquisa, principalmente, com os seguintes temas: Caatinga, Forrageiras Nativas do Semiárido, Pressão de Pastejo, Cobertura Vegetal, Sustentabilidade e Impacto Ambiental.

Empreendedorismo rural

Se, no primeiro dia, o professor Alberício explanou sobre as potencialidades do Semiárido, no segundo dia de evento, os palestrantes mostraram como têm explorado de forma empreendedora essas potencialidades. Cícera Alves da Silva, a dona Cícera, compartilhou sua história de vida, falou sobre a apicultura e o caso de sucesso da Coopeapis. O agricultor Edézio Alves Melo, mais conhecido como Seu Dedé, falou sobre os benefícios das barragens subterrâneas para agricultura familiar e o presidente da Cooperativa dos Criadores de Caprinos e Ovinos (Coopercapri) da cidade Floresta, Edmir Manoel de Souza, foi o último empreendedor a palestrar e inspirar o público, no dia 26. Para ele, é muito importante discutir o empreendedorismo rural nas universidades e cursos técnicos, pois, explica: não adianta o aluno ter apenas saber prático e científico, dissociado da geração de renda para que ele, após formado possa ter sua sustentabilidade, sua sobrevivência. “O empreendedorismo é o que vai estimular esse estudante a abrir seu negócio, a conduzir sua própria propriedade, de forma que se vincule a uma cooperativa que invista na região, buscando ganhar dinheiro, pois essa é a mola que nos impulsiona. Muitas vezes os alunos se formam, não encontram emprego, saem da área e o que a gente gostaria muito é que eles permanecessem em atividades ligadas ao curso que fizeram, com empreendedorismo é possível que esses estudantes se sustentem e tenham uma vida digna no Semiárido”, explica Edmir.

Empresa Júnior

Os estudantes do Ifal Piranhas também levaram ao evento uma iniciativa empreendedora desenvolvida por eles: a Empresa Júnior. Talysson Barbosa Ventura, estudante do 3° período de Agronomia e diretor-presidente da Empresa Junior do Curso de Engenharia Agronômica do Ifal Piranhas, explica que a empresa está em processo de abertura e regulamentação e que objetiva promover e diversificar o conhecimento dos discentes. “A empresa vai desenvolver atividades como análise de solos, georreferenciamento, planejamentos de irrigação. Ela trará para a instituição o reconhecimento socioeconômico e profissional e aprendizado prático em negócios rurais para o alunado. A ideia é capacitar os estudantes de Agronomia e trabalhar em parceria com os agricultores e pequenos e microempreendedores da região”, afirma Talysson.
Para a ex-aluna do curso Técnico Integrado em Agroecologia e caloura de Agronomia da Ufal Arapiraca, Maria Damiana Rodrigues Araújo, o evento mostrou a importância do diálogo de profissionais e estudantes de Agronomia com o agricultor, que embora não tenha o conhecimento acadêmico, tem o conhecimento prático que adquiriu ao longo da vida. “Com diálogo, agricultores e agrônomos podem desenvolver projetos que beneficiem os dois lados”, afirma. Maria Damiana percebeu quanto conhecimento o agricultor pode trazer para academia, através dos estudos de casos trazidos ao evento por Seu Dedé e da Dona Cícera e acredita que o Ifal Piranhas deve estreitar ainda mais o relacionamento e parcerias com os agricultores.
O evento que teve em sua programação cinco palestras, sete minicursos e três estudos de caso, encerrou o último dia de atividades recebendo o presidente da Pindorama, Klécio José dos Santos, para falar sobre os 60 anos de conquistas da Cooperativa e compartilhar essa experiência exitosa, na sequência, os participantes puderam expor e apresentar seus trabalhos acadêmicos.
Por: Assessoria