Pesquisadores identificaram o 1º caso brasileiro de reinfecção com uma mutação do coronavírus descoberta na África do Sul. A variante é a mesma registrada no Rio de Janeiro em dezembro. A descoberta foi comunicada ao Ministério da Saúde e às autoridades de saúde da Bahia.
Apesar da linhagem brasileira ser
diferente da sul-africana, a mutação é igual: a E484K. Ela atinge uma região
crucial do coronavírus e pode torná-lo mais transmissível. A mutação permitiria
uma espécie de mecanismo de escape ao coronavírus, permitindo que ele não seja
afetado pelos anticorpos produzidos pelos sistema imunológico e, com isso,
tenha mais facilidade para se multiplicar.
Bruno Solano, do Idor (Instituto
D’Or de Ensino e Pesquisa) e do Hospital São Rafael, de Salvador, liderou o
estudo brasileiro que descobriu o caso de reinfecção. Os resultados foram
submetido à revista científica Lancet.
“Esse tipo de estudo é essencial
para compreender a propagação da pandemia e identificar a tempo mudanças no
vírus que possam ter impacto na transmissão e nas vacinas”, disse ao jornal O
Globo.
A comunidade científica analisa
se as variantes do coronavírus afetam a eficácia das vacinas desenvolvidas até
agora. Estudo da Pfizer mostrou que o imunizante produzido pela farmacêutica em
parceria com a BioNTech é eficaz contra 16 mutações. A E484K, no entanto, ainda
não foi testada.
Segundo Solano, o caso brasileiro
de reinfecção é o de uma executiva da área de saúde de 45 anos. Ela foi
diagnosticada com covid-19 pela 1ª vez em junho e novamente em outubro de 2020.
A infecção foi detectada, em ambas as ocasiões, por meio de testes de RT-PCR.
Análises genéticas mostraram que
as infecções foram causadas por vírus de linhagens diferentes. A executiva foi
contaminada em junho com a linhagem B.1.1.33. Em outubro, com a B.1.1.248,
derivada da descoberta no Rio de Janeiro e que apresenta a mutação E484K.
Solano disse que outros casos
suspeitos de reinfecção estão sendo estudados.
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