Parlamentares qualificam guerra judicial contra eleições como golpe no Estado

 



Deputados estaduais alagoanos criticaram, nesta terça-feira (03), a série de ações judiciais movidas pelos partidos ligados ao senador Rodrigo Cunha (União Brasil-AL) e ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), para impedir as eleições indiretas ao governo do Estado de Alagoas. A eleição está suspensa desde domingo, por decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para o deputado estadual Bruno Toledo (MDB), as ações só visam postergar a escolha do novo governador com objetivo eleitoreiro e já provocam graves ofensas à administração pública. “O Estado está parado, porque o caos interessa ao grupo de Arthur Lira e Rodrigo Cunha. É um golpe contra o Estado”, declarou.

O deputado Silvio Camelo (PV) considerou a judicialização promovida pela oposição como uma irresponsabilidade e falta de compromisso com a sociedade e com as instituições, gerando insegurança jurídica. “Uma fumaça. Um comportamento inadequado, mesquinho, um vale-tudo pelo poder”, apontou.

Já o deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT) relatou que o Parlamento, seguindo a Constituição, busca evitar a descontinuidade de uma gestão governamental que vem mudando Alagoas. “Essa turma joga conforme seus interesses. No passado, defendia o voto aberto porque era conveniente; agora ocupa a Justiça em busca do voto secreto, agindo de madrugada”, afirmou Ronaldo Medeiros, questionando: “Se a legislação estava errada, por que esperar tanto e ajuizar ações às vésperas das eleições, se não fosse para tumultuar?”.

Má-fé

Ao Broadcast Político, o presidente do Poder Legislativo alagoano, deputado Marcelo Victor (MDB), disse que Arthur Lira quer tumultuar o processo tentando impedir as eleições indiretas para governador de Alagoas, com objetivo eleitoreiro. “Condeno veementemente a ação do partido do presidente da Câmara. Para mim, é incoerente um deputado buscar que o Parlamento não se manifeste pelo seu voto. Isso é um absurdo”, analisou.


Para entender

A eleição indireta em Alagoas estava prevista para acontecer na última segunda-feira (02). Sua realização se tornou necessária após a renúncia do ex-governador Renan Filho, que deixou o cargo para concorrer ao Senado em outubro. O cargo de vice ficou vago após Luciano Barbosa renunciar para assumir a Prefeitura de Arapiraca. 

O primeiro na linha de sucessão era o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor, que declinou para poder concorrer à reeleição. Com isso, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Kléver Loureiro, assumiu por 30 dias, como prevê a Constituição do Estado de Alagoas.

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