A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, nesta segunda-feira (30) a droga nirsevimabe para prevenção do VSR (vírus sincicial respiratório) em crianças.
Comercializado pelo nome Beyfortus, o nirsevimabe é um anticorpo monoclonal fabricado pela farmacêutica Sanofi. Em um estudo clínico global finalizado em março deste ano, a droga apresentou uma proteção de até 80% contra infecção e hospitalização por VSR em bebês de até dois anos de idade.
O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa cujos sintomas principais são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares. O nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que impede a penetração do vírus nas células.
Até o momento, o único remédio disponível contra o vírus era o palivizumabe, produzido pela farmacêutica Astrazeneca, indicado somente para quadros graves de infecções respiratórias, com alto risco de hospitalização.
A Anvisa indicou em bula que o nirsevimabe deve ser disponibilizado como uma solução injetável, administrada por via intramuscular, em dose única, em recém-nascidos e lactentes em sua primeira temporada de contato com VSR.
A indicação também se estende para crianças de até dois anos de idade que permanecem vulneráveis à doença grave causada pelo vírus, como aqueles com doença pulmonar crônica da prematuridade, doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa, fibrose cística, doenças neuromusculares ou anomalias congênitas das vias aéreas.
A recomendação também inclui crianças imunocomprometidas ou com síndrome de Down.
Em agosto, a agência americana FDA (agência que regula alimentos e remédios nos EUA) aprovou a vacina contra o VSR Abrysvo, produzida pela Pfizer. O fármaco é indicado para a gestantes para proteção de bebês de até três meses de idade.
A farmacêutica entrou com um pedido na Anvisa para registro também no Brasil, mas a solicitação ainda não foi avaliada, segundo a própria agência.
Um estudo da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) apontou que o risco de hospitalização por bronquiolite é 16 vezes maior para bebês prematuros. Apesar de a maioria dos casos de bronquiolite não serem graves, em bebês com condições prévias de saúde a infecção pode levar a complicações.
De acordo com o Boletim InfoGripe, produzido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e divulgado no último dia 11, os casos de Srag (síndrome respiratória aguda grave) relacionados à Covid mantêm a tendência de crescimento nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Entre os casos com resultado positivo, 8,8% são de VSR.
Globalmente, em 2019, cerca de 33 milhões de casos de infecção respiratória por VSR com mais de 3 milhões de internações foram registrados, levando a mais de 26 mil óbitos hospitalares em crianças com menos de cinco anos.
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