Uma comitiva de Minas Gerais, formada pelos prefeitos das cidades de Canápolis e Capinópolis, além de outros políticos, esteve, na manhã desta quarta-feira (6), na sede do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), com o desembargador Tutmés Airan, para solicitar que a questão das usinas pertencentes ao Grupo João Lyra e situadas na região seja resolvida o quanto antes e as empresas possam ser vendidas.
As usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, que ficavam situadas nas respectivas cidades, fecharam em 2013, deixando cerca de 6 mil trabalhadores sem emprego. De acordo com a comitiva, encabeçada pelos prefeitos de Canápolis, Diógenes Borges, e Capinópolis, Dinair Isaac, o débito trabalhista deixado pelas usinas nas cidades fez com que ocorresse uma falência generalizada nos municípios.
Segundo os prefeitos, existem usineiros interessados em comprar ou arrendar as empresas, mas as vendas ficam emperradas por conta dos recursos impetrados pelo Grupo JL. O último foi uma ação de interdição parcial impetrada por uma das filhas dele. O que os gestores das cidades querem é que, ao invés da falência, seja determinada a recuperação judicial, já que nesse caso poderia entrar outro administrador.
O prefeito de Canápolis disse que a dívida de impostos da usina com o município é de R$ 5 milhões. Em Capinópolis, esse valor chega a R$ 4 milhões. Fora isso, vários outros municípios no entorno dessas cidades dependiam indiretamente das usinas, conforme afirmam os gestores municipais.
"A situação é grave. O município passa por sérias dificuldades em decorrência do fechamento da usina, que era nosso maior empregador. Isso gerou um impasse social, com questões trabalhistas e também no nosso comércio, que deixou de receber", afirma Diógenes Borges.
De acordo com ele, o objetivo da visita ao TJ/AL é conseguir uma solução para para problema. "Queremos que isso seja providenciado o mais rápido possível. Falamos com o desembargador e ele vai ter uma reunião com o juiz na sexta-feira para que essa situação possa ter um encaminhamento, pois já existem pessoas interessadas em comprar as usinas", pontua.
A prefeita de Capinópolis disse que a situação na cidade é calamitosa. "A situação é calamitosa. A usina era o grande empregador. Os trabalhadores não receberam seus direitos e deixaram de pagar o comércio local, que passou por uma falência quase generalizada. Estamos aqui defendendo os direitos desses trabalhadores e dos nossos municípios", afirma Dinair Isaac.
O grupo de políticos também devem ser reunir com o presidente do TJ/AL, João Luiz Azevedo Lessa, e também com o promotor Flávio Gomes, do Ministério Público Estadual.
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