Uso correto dos EPIs protege profissionais da saúde e pacientes

Todos os meses, cerca de 380 cirurgias são realizadas no Hospital Geral do Estado (HGE) e 500 atendimentos diários são realizados pela equipe médica. São milhares de luvas, tocas, máscaras e propés descartados e centenas de roupas específicas do centro cirúrgico enviadas para higienização. Está achando muito? Imagine ainda os vários jalecos que são vestidos por cada profissional que percorre os corredores do hospital.

Todo esse material e outros ainda mais específicos compõem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) utilizados pelos profissionais de saúde de qualquer unidade hospitalar. Eles são fundamentais para garantir a biossegurança, uma vez que ajudam na prevenção da contaminação e disseminação de fungos, bactérias e microrganismos causadores de doenças.
 
O cirurgião vascular Josué Medeiros é um dos tantos médicos que chegam ao HGE e atende toda a demanda que necessita de seus cuidados. Seu tempo é dividido entre atender e dar assistência aos pacientes que chegam ao hospital pela Área Azul, acompanhar e avaliar os internados nas enfermarias da Área Verde e estar à frente das cirurgias de sua especialidade durante todo o plantão, junto a outros colegas de profissão.

“A gente não para, e em cada procedimento são utilizados materiais estéreis. Tudo serve para nos resguardar e proteger os pacientes contra infecções. Quando entramos em uma cirurgia, todos os objetos de contato com o paciente devem ser estéreis. Isso impede que nós possamos levar qualquer causador de infecção que agrave o estado de saúde do paciente. Assim como também devemos utilizar todos os materiais de forma adequada para evitar o contato acidental de nossa pele com qualquer material biológico”, explicou o médico.

No HGE, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) atua no combate aos riscos de contaminações. E o setor Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) orienta todos os profissionais a utilizar os EPIs necessários durante a permanência no hospital, exceto em locais proibidos, como no refeitório.

“Os jalecos, por exemplo, são uma barreira, protegem as nossas roupas contra fungos, bactérias e microrganismos que podem ser contraídos durante a passagem por um ambiente aglomerado de doentes, ao encostar-se em qualquer superfície, não necessariamente durante um atendimento. Ele pode servir de transporte para esses causadores de doença se a gente não tiver cuidado com a lavagem, se for utilizado em locais inapropriados ou apenas expostos ao contato de outras pessoas”, alertou a coordenadora da CCIH, Maria Mercês Pereira.

Segundo ela, o profissional de saúde deve sempre guardar o jaleco em um saco plástico ao sair do hospital, e nunca usá-lo em ambientes externos, uma vez que a roupa pode ser condutora de bactérias intra-hospitalares resistentes, o que causaria sérios prejuízos à saúde de outras pessoas.

Apesar risco, a enfermeira do trabalho Maria Ivanise Duarte comenta que ainda falta consciência nos profissionais da saúde quando o assunto é biossegurança. “Não é difícil encontrar alguém vestindo um jaleco nas ruas, principalmente no entorno de qualquer hospital. As pessoas incorporam o jaleco à roupa, quando ele nada mais é do que um equipamento de proteção individual como qualquer outro. No HGE, nós orientamos, alertamos sobre os riscos, promovemos palestras, conversas nos setores, fazemos tudo para minimizar os riscos à saúde de nossos servidores, pacientes e comunidade”, disse ela, também atuante no setor Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em sua norma regulamentadora NR nº 32, estabelece que os trabalhadores da saúde que utilizam os EPIs, seja ele qual for, não devem deixar o local de trabalho utilizando as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais.

Também prescreve que o profissional deve retirar o equipamento ao fim de suas jornadas, ou mesmo quando usufruir de seu intervalo para descanso, alimentações ou qualquer outra atividade fora de suas funções.

Agência Alagoas