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Collor diz que momento no Brasil é grave e que saída passa pela via política



O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, Fernando Collor (PTC/AL) classificou, nesta segunda-feira (23), como grave a evolução da crise política e institucional que o país enfrenta há quase uma semana. O parlamentar apontou que, apesar das medidas heterodoxas que entidades de classe e partidos defendem diante da turbulência, o caminho para saída passa pela via política. Na sessão da comissão que debateu "o protecionismo e o livre comércio entre os países", Collor defendeu também que não há motivos para temer a globalização e que a reposta para se adaptar ao novo cenário mundial é possível com mais educação.
De acordo com Collor, o quadro que o Brasil assiste hoje é o de preocupação em virtude da gravidade dos fatos colocados. No entanto, segundo o senador, é importante que neste cenário mantenha-se o equilíbrio e que  medidas consideradas heterodoxas não vão resolver do dia para noite os problemas de toda a nação. Ele ressaltou que, mesmo que algumas situações apontem para acusações contundentes, tudo ainda é passível de apuração e, por ora, são apenas evidências. 
"É preciso que haja a devida apuração de todos os fatos. Vamos aguardar no seu tempo, já que as instituições, que são fortes e estão funcionando, realizam os seus trabalhos. Acredito que não é o momento para organizações respeitadas tomarem medidas tão rápidas, exigindo aquela ou essa saída para a crise. Não é assim que se ajuda o Brasil. À classe política é destinada uma função primordial em situações como esta. Qualquer solução sai neste caso pela via política das Casas", expôs. 
Collor lembrou que o Congresso é formado por integrantes escolhidos pelo povo e que, por isso, cabe à classe política encontrar soluções para que o Brasil possa sair dessa turbulência na qual se encontra atualmente. O ex-presidente projetou, ainda, que o resultado de toda a situação atual pode resultar em uma grande reforma política, atendendo, assim, ao desejo da população de viver uma nova realidade.  
"A nossa nação é muito maior do que essa crise. O povo saberá compreender os caminhos necessários e devidos que se encontram na nossa Constituição Federal. Há pouco, tivemos uma crise e estamos nos recuperando dela. Agora, temos outra crise. Talvez seja a hora de realizar uma profunda reforma política, dando ao brasileiro uma satisfação, um caminho de esperança e atendimento das melhores expectativas que o tanto povo espera e deseja", reforçou Collor. 
CRE realizou mais uma sessão para debater e discutir o cenário mundial
FOTO: AGÊNCIA SENADO




















À margem da globalização 
Durante os debates da Comissão de Relações Exteriores,  Collor apontou que o mundo está evoluindo e muitas pessoas não estão conseguindo acompanhar essa constante transformação que, diariamente, conquista novos espaços. Diante disso, o ex-presidente ponderou que aqueles que não têm a oportunidade de se reciclar ou aperfeiçoar o seu modelo trabalho estão ficando para trás, culpando a globalização como causa do desemprego, falta de oportunidades e outros motivos relacionados. 


"A falta de investimento na educação afeta a produtividade e a competitividade. Acredito que nesta constante evolução é preciso oferecer uma reciclagem para as pessoas que ficaram para trás. O mundo passa, avança e eles estão ficando no meio do caminho nessa conjuntura. A globalização significa uma troca de mútua proveitosa a todos. Alguns não conseguem acompanhar por problemas estruturais que começam com uma educação de ensino básico ruim, que se estende para o fundamental, médio, faculdade e não se resolve. O Brasil precisa oferecer um ensino de qualidade que resulte diretamente em uma mão de obra devidamente qualificada", frisou.

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