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Entremontes perde um dos filhos mais ilustres da Vila de Pescadores

A Vila de Pescadores, historicamente e nacionalmente denominada de Entremontes, às margens do ‘Velho Chico’, no município alagoano de Piranhas, sertão do Estado, amanheceu este sábado com a notícia do falecimento do seu filho ilustre Pedro Rodrigues Rosa, 79 anos, popularmente e carinhosamente chamado de ‘Pedro de Ozéias’, fato ocorrido às 09 hs de hoje, dia 06.

Pedro de Ozéias está sendo velado em sua residência, na Rua da Frente, Orla Ribeirinha de Entremontes, e será sepultado na manhã deste domingo (07), às 09 horas, no cemitério municipal local.

UM HOMEM. UMA HISTÓRIA

De convicção própria da vida ribeirinha, pois não absolvia as teorias de estudiosos quanto à vida aquática no rio e nem sobre a rotina dos pescadores da região, em decorrência da opinião e gênio fortes - diante de uma vasta experiência de vida, Pedro de Ozéias liderou uma grande família (filhos, netos, genros, noras....) com ensinamentos de sobrevivência pautados na honradez, no respeito e no compromisso de contribuir com o desenvolvimento regional, através das tradições e costumes ribeirinhos.

Pedro de Ozéias fazia parte de uma família que fez e faz parte da inesquecível história do maior fenômeno social do Brasil: a morte de Lampião, Maria Bonita e parte do bando do cangaço. Episódio ocorrido em terras de famílias dos Cândidos (Pedro de Candido, era tido dele), local que até hoje serve de roteiro turístico que explora o original caminho para a grota do angico, localização do extermínio do bando.

Além da inserção da família dos Cândidos na história do fim do cangaço, Pedro de Ozéias viveu ao longo dos seus 79 anos de idade, na terra onde hospedou o Imperador Dom Pedro II.

Pedro de Ozéias era um contador de histórias; histórias verídicas da vida real e histórias curiosas da rotina dos canoeiros da Vila de Pescadores. Das histórias pitorescas que chamavam a atenção dos que faziam questão de ouvir do Pedro, relatos de como navegar em momentos de dificuldade no rio, a exemplo do relato “O homem que enganou o vento”, uma epigrafe de uma das suas sutilezas no Velho Chico.

Entremontes, a terra do rendendê, do ponto de cruz, do casario colonial, das cores extravagantes das casas do Povoado que anunciam a rica história colonial, dos canoeiros, dos pescadores, das navegações turísticas está de LUTO mas, com a certeza da grande contribuição que o Pedro de Ozéias deu à Vila com sua natividade ribeirinha.

A equipe do ENGENHO DE NOTICIAS transmite - através desse breve relato da grande história do amigo Pedro de Ozéias - sentimentos de pesar á toda a família enlutada.



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