A Fundação Arnon de Mello, através da TV Gazeta, colocou no ar uma campanha na qual pede água e alimentos para as vítimas da seca no Sertão.
Como sertanejo, sublinho, a campanha em tela, supostamente humanista e solidária, é na verdade uma patuscada um acinte ao Sertão, quando propositalmente mutila a imagem do sertanejo e deforma sua história.
As imagens veiculadas são de terras arrasadas, a figura do nosso povo, lembra sobreviventes de campos de concentração...
O autor dessa tristíssima campanha- que tem o fito de angariar esmolas- creio, não conhecem o Sertão. Se conhecem, estão a serviço da mais atrasada e preconceituosa visão do Sertão, essa que há séculos emana dos Engenhos, e que cria um profundo fosso entre a Metrópole e o resto do Estado.
Um povo que no início do Seculo XX, construiu no quadrante mais pobre do Nordeste a Vila da Pedra, uma Suécia do Século XXI.
Um povo que possui o Rio São Francisco e seus Cânions.
Um povo que tem hoje o Canal de Sertão.
Um povo que constrói de sol a sol a sua história, não passa pela humilhação de vergar os joelhos nem pedir esmolas...
Não pedimos, exigimos é: Respeito!!
Texto: Eliseu Gomes