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Collor condena clima de ódio no mundo e defende tolerância com refugiados

O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Fernando Collor de Mello (PTC/AL), condenou, na sessão da noite desta segunda-feira-feira (21), o clima de ódio, racismo e intolerância registrado em diversas partes do mundo atualmente, com picos em países da Europa e nos EUA. O parlamentar defendeu que todo e qualquer refugiado deve ter o espaço para recomeçar a vida e sobreviver, saindo das áreas de conflitos. Ele relembrou ainda que o Brasil é resultado do fluxo migratório de japoneses, italianos, alemães e povos árabes. Na sessão desta noite, os convidados debateram a "Integração e as Alianças Estratégicas no Limiar da Terceira Década do Século 21: Cooperação ou Conflito?". 
Collor ressaltou que o Brasil sempre ergueu pontes, e não barreiras comerciais, a não ser em um passado recente, o que prejudicou o país no avanço do desenvolvimento. O senador, ao destacar que o Brasil é resultado do fluxo migratório, cobrou tolerância para com os venezuelanos que ingressam no país devido a conflitos com o governo de Nicolás Maduro. Ele apontou que, atualmente no mundo, há 65 milhões de refugiados e o Brasil só recebeu cerca 10 mil até 2016. Collor sentenciou que a pregação do ódio, da intolerância e do racismo deve sempre ser combatida, visto que não é o caminho para o convívio pacífico. 
"Estas pessoas saem do seu local de origem por perseguição política, étnica, fome, insegurança, destruição, guerras, mortes e outros. Que mal pode nos fazer receber essas pessoas? Ofertando ajuda neste momento de dificuldade? Historicamente, o Brasil sempre foi um país que recebeu bem a todos. A história mostra também que os picos de desenvolvimento registrados por qui coincidiram com a chegada destes fluxos migratórios. Basta acessar as informações no Google e conferir. Tradicionalmente, nós somos um povo que não dá as costas para quem precisa de ajuda. Somos um país da amizade, da camaradagem. Por isso, é preciso combater o ódio e o preconceito que vem provocando diversas mortes pelo mundo", frisou o senador. 
Senador Fernando Collor defende tolerância com refugiados
FOTO: ASSESSORIA

Debate na CRE
O aprofundamento das relações do Brasil com a Aliança do Pacifico pode favorecer a abertura do Mercosul à economia internacional, disse no debate o embaixador e secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Baumbach.  O embaixador ressaltou que a crise atual decorre da incapacidade tanto do multilateralismo quanto do regionalismo na promoção do desenvolvimento econômico. Segundo ele, a associação do Brasil ao bloco formado por Chile, Peru, Colômbia, México e Costa Rica pode contribuir para o progresso do continente sul-americano.
"As pessoas têm medo do futuro e decidem com base nesse medo; O que o Brasil pode fazer diante disso? O Brasil deve apostar no multilateralismo e promover a liberalização da economia. Nossas conversações com a Aliança do Pacífico tendem a ser mais liberais que o Mercosul, um bloco regional não tão liberal em termos de comércio. É possível que consigamos tirar proveito da situação internacional e praticar um regionalismo de caráter mais aberto", afirmou
Os convidados  participaram de audiência pública na (CRE) que discutiu a integração do Brasil com outros países. A audiência - que integra o ciclo de debates O Brasil e a Ordem Internacional: Estender Pontes ou Erguer Barreiras? - teve como tema "Integração e as Alianças Estratégicas no Limiar da Terceira Década do Século 21: Cooperação ou Conflito?" O debate é uma iniciativa do senador Fernando Collor (PTC-AL), presidente da comissão.
Senador defendeu que todo refugiado tenha espaço para recomeçar vida
FOTO: ASSESSORIA
Cooperação
Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Eiiti Sato avaliou que há um recuo visível do multilateralismo no mundo, mas apontou movimentos que favorecem a cooperação internacional, como o terrorismo e a insegurança internacional.
"É impossível combater esse tipo de mal a não ser pela cooperação, por mais que tenha um movimento de fechar fronteiras. Sem cooperação é impossível. Há os refugiados e outras formas forçadas e indesejadas de imigração. O narcotráfico, a lavagem de dinheiro, as mudanças climáticas e os grandes fluxos financeiros trazem problemas. Talvez o Brasil não esteja levando em conta os ativos positivos do país, como a dimensão geográfica e padrões culturais homogêneos", colocou.
Entre os elementos que fragilizam a política externa brasileira, Sato citou a precariedade de infraestrutura, a falta de segurança pública e um sindicalismo "exacerbado", com 16.290 associações registradas no Ministério do Trabalho, a grande maioria concentrada no setor público, "único setor em que existe greve paga".
Competição
Professor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bernardo Palhares Campolina Diniz disse que a abertura do Brasil deve ser feita com cuidado e à luz das diferenças existentes entre os países, visto que a competição externa "é dura". "O centro econômico do mundo caminha rapidamente em direção à Ásia. Precisamos fazer um reflexo do ponto de vista interno para conseguirmos uma projeção externa, avaliar o ponto de vista estrutural do Estado brasileiro, que precisa ser repensado, para conseguir se integrar a um mundo cada vez mais competitivo. As crises criam oportunidades, temos território, recursos naturais e uma região praticamente sem conflito, uma população que fala uma só língua, ainda que o português seja uma barreira do ponto de vista de pensar as relações internacionais", expôs. 
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