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É BOATO! Alagoas não teve morte de crianças por complicações da zika como afirma áudio

Um áudio compartilhado pelo WhatsApp sobre a morte de crianças infectadas com o zika vírus tem assustado pais e mães em estados do Nordeste, inclusive em Alagoas.


Uma mulher cita no áudio a suposta morte de uma criança infectada por um arbovírus (vírus transmitido por mosquito), após apresentar um quadro de encefalite (inflamação do cérebro). Essa mulher é apresentada pelas pessoas que compartilham como enfermeira do Hospital Geral do Estado, o que não procede.


Ela cita o nome de um infectologista do Rio Grande do Norte, Kleber Luz, que teria pedido a autópsia do corpo para investigação. O TNH1 tentou contato com o médico, por meio de telefones disponíveis na internet, mas não conseguiu confirmar o caso.

Mas com ajuda de especialistas alagoanos, a reportagem confirmou que, diferente do alerta feito pela mulher, o número de infectados com zika vem diminuindo. Em 2017, até junho, foram 98 registros, enquanto este ano já cai para 75 no mesmo período em Alagoas.

Para se ter uma melhor ideia da redução, em todo o ano de 2016, pouco depois do surto de microcefalia em bebês por conta da zika, chegaram a ser contabilizados 3.777 casos no estado. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde.

Além disso, este ano não foi registrada nenhuma morte por dengue, zika ou chikungunya em Alagoas.

O agravamento do quadro de um paciente com zika para uma encefalite pode ocorrer, como explica a infectologista pediátrica Adriana Ávila. Mas ela afirma que esses são os casos mais incomuns. “A encefalite pode ocorrer a partir de qualquer arbovirose. Todos esses vírus como zika, dengue, chikungunya podem causar isso ou nada. Podem ser leves ou graves”, explica.

A médica diz ainda que não há motivos para se preocupar além da conta com essas doenças. “Esses áudios só fazem gerar pânico. Não estamos isentos de doenças graves, não tem como colocar o filho em uma redoma, mas não é o comum [o agravamento das infecções por arboviroses]”, esclarece.

Para o infectologista Fernando Maia, o aumento dessas doenças se dá por conta das chuvas e do maior número de mosquito Aedes aegypti circulando. “Então, o modo mais eficaz [de combater as doenças] é impedir a reprodução do mosquito”, pontuou.

O médico aconselha pais e mães de crianças menores, que vivem em ambientes onde há incidência de mosquitos, a usar repelente. “Tentem evitar locais que juntam água, como garrafas, baldes, caixas d’água, pneus, vasos”, explicou.

Por: Tnh1