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Com serviço humanizado, Patrulha Maria da Penha leva segurança às vítimas em Alagoas


"Em briga de marido e mulher não se mete". Essa frase popularmente conhecida precisa ser desfeita em seu conceito para mudar a estigma de que a violência contra a mulher não é crime e não necessita atenção.
São crimes de feminicídios - o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher- que chocam a população e levam a indignação quando acabam em tragédia, como o caso da advogada Tatiane Spitzner, em Guarapuava, no Paraná, que pediu socorro, mas não foi atendida pelos seus vizinhos.
No mês em que a Lei Maria da Penha completa 12 anos, o CadaMinuto mostra os resultados conquistados pela Patrulha Maria da Penha em Maceió durante esses quatro meses de existência.
A prevenção e segurança, ofertado pelo programa, têm provocado em muitas mulheres a coragem em denunciar abusos sofridos durante anos. Acompanhando mais de 30 mulheres vítima de violência doméstica, a capitã da Polícia Militar Márcia Daniela, coordenadora da Patrulha Maria da Penha em Alagoas, ressalta que o programa vem mudando alguns hábitos e mostra que os obstáculos da violência contra a mulher podem ser vencidos.
O programa tem como objetivo principal fiscalizar o cumprimento das medidas protetivas concedidas pelo Poder Judiciário, o que provoca uma maior segurança na mulher em denunciar e ser amparada pelas rondas diárias das equipes em busca de evitar qualquer descumprimento.
“Nesses quatros meses que estamos desenvolvendo esse trabalho em Maceió já conseguimos bater alguns números. Realizamos três prisões em flagrantes em três meses. O número pode parecer pouco, diante do contingente, mas isso mostra a efetividade das equipes nas ruas. A PM de Salvador, a qual baseamos o modelo da Patrulha em Alagoas, realizou essa mesma quantidade de prisões em três anos de operação”, afirmou.


Para fazer esse atendimento, os policiais militares que integram a patrulha receberam atendimentos diferenciados. De acordo com o oficial, muita gente ainda tem dúvidas sobre a finalidade e funcionalidade da Patrulha, que é de garantir à mulher a segurança de que aquela violência não voltará ocorrer.
“Nós realizamos rondas diárias e deixamos a mulher a vontade para receber nossa equipe, que sempre vai onde essa mulher pedir. Às vezes ela pode não se sentir confortável em receber na sua casa ou no local de trabalho e nós marcamos um local específico para que haja esse atendimento”, contou a capitã.
Estatisticamente, os bairros periféricos de Maceió possuem os maiores índices de violência contra a mulher, com destaque aos dois bairros mais populosos como Benedito Bentes, Clima Bom e Jacintinho.
Com o andamento da Patrulha da Maria da Penha na capital, a proposta é que nos próximos seis meses ela seja ampliada para o interior do estado, começando pela cidade de Arapiraca e seguindo para as cidades polos.
“É importante destacar que a mulher vítima de agressão irá contar com o apoio da Patrulha, que irá garantir o cumprimento das medidas protetivas. Precisamos acabar com esse tipo de violência”, colocou a capitã.
Por: CM