Sete pessoas morreram e seis estão internadas. Transferências foram realizadas devido ao caos na saúde do Amazonas.
Dos 29 pacientes com Covid-19 transferidos de Manaus para Alagoas, 16 se recuperaram e receberam alta, seis estão internados e sete morreram. O boletim médico é desta segunda-feira (22).
Os pacientes foram trazidos para Maceió por causa do caos na saúde do estado do Amazonas diante da crise causada pelo novo coronavírus.
O Hospital Metropolitano e o Hospital da Mulher, ambos estaduais, receberam 14 pacientes do Amazonas.
O Hospital Universitário recebeu 15 pacientes no fim de janeiro. Um 16º paciente chegou no mesmo voo, mas a pedido da família, não ficou no HU.
Hospitais estaduais
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que dos 14 pacientes transferidos para hospitais estaduais em Alagoas, 10 se recuperaram e receberam alta, um continua internado na UTI e três morreram.
Três pessoas que morreram estavam internadas no Hospital Metropolitano de Alagoas: dois homens e uma mulher. Os outros cinco pacientes recebidos no hospital tiveram alta e voltaram para o Amazonas.
Dois seis pacientes que deram entrada no Hospital da Mulher, um está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os outros cinco receberam alta.
Hospital Universitário
O Hospital Universitário (HU) recebeu 15 pacientes de Manaus. Segundo o superintendente, o médico Célio Fernando Rodrigues, seis receberam alta, cinco estão internados (um em enfermaria e quatro na UTI) e quatro morreram.
Recuperados relatam caos em Manaus
Fótografo Israel Gato, de Manaus, recebe alta após ser transferido para Alagoas para tratar a Covid-19 — Foto: Marcel Vital/Agência Alagoas
O fotógrafo Israel Gato Serrão, de 41 anos, ficou internado no Hospital da Mulher. Antes de voltar para casa, ele relatou o que viu em Manaus.
“A situação em Manaus está um caos. Fiquei numa área onde estavam 10 pessoas, todas sentadas em cadeiras, pois o hospital já não dispunha de camas para colocar os pacientes. Era muita gente tossindo, pedindo ajuda. Cheguei a ver um senhor de aproximadamente 50 anos agonizando na porta do hospital. Ele levantava a mão pedindo socorro, e o pessoal, ao invés de ajudá-lo, filmava com as câmeras de celulares. Era de cortar o coração”, disse Israel Gato.
Nivalna Cavalcante, de Manaus, no momento da alta após tratar Covid-19 em hospital de Alagoas — Foto: Catarina Magalhães/ Agência Alagoas
Nilvana Cavalcante também relembrou a situação que Manaus passou no início de janeiro.
“Estamos passando por uma situação muito difícil em Manaus. Lá, é tudo muito precário, nós estávamos jogados às moscas, literalmente. Falta gente para trabalhar, falta remédio, faltou até comida um dia. Com a ajuda de Deus, eu pude chegar até aqui! Desde o momento que cheguei, todos me receberam muito bem, me deram banho e eu saí renovada desse banho”, disse.
Professor de química, Emerson Rocha, e assistente social, Sabrina Ellen, de Manaus, receberam alta após tratamento da Covid-19 em Alagoas — Foto: Marcel Vital/Agência Alagoas
A assistente social Sabrina Ellen Mendonça Pontes, de 29 anos, também se recuperou e relembrou a chegada em Alagoas.
Ela disse que ao ser retirada da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a infectologista e gerente médica do Hospital da Mulher, Sarah Dominique, colocou a mão sobre sua cabeça e tentou acalmá-la: dizendo “Fique tranquila, querida. Aqui, você será bem cuidada. Vamos fazer o possível pra você ficar curada dessa doença. Não se preocupe”.
Terezinha Gomes, de Manaus, recebe alta após tratar Covid-19 em Alagoas — Foto: Marcel Vital/Agência Alagoas
Terezinha Gomes, de 61 anos, ficou 19 dias internada na UTI e três em um leito clínico antes de receber alta.
“Ela permaneceu um período curto na ventilação mecânica, tendo uma resposta excelente ao tratamento, o que deixou a equipe multidisciplinar otimista. Ela é um dos exemplos de que Alagoas tem prestado uma assistência humanizada e com qualidade aos pacientes acometidos pela Covid-19. Ainda que os cinco pacientes que receberam a nossa assistência estejam em Manaus, continuamos a manter o contato com eles quase diariamente, pois entendemos que o atendimento humanizado ultrapassa o momento pós-alta hospitalar”, afirmou a infectologista Sarah Dominique.
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