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O São João de milhões: somente com atrações nacionais, prefeitura de Maceió vai gastar mais de R$ 6 mi dos cofres públicos

 


 

Anunciado como "o maior São João do Brasil", com mais de 70 atrações, as festas juninas da capital alagoana empolgaram aos mais festeiros, mas preocupam quando se pensa no bolso do contribuinte da 4º capital mais desigual do país, segundo o IBGE, índice "conquistado" recentemente, quando Maceió saltou da 19ª posição em 2019 para a posição atual. Somente as 24 atrações nacionais - que incluem mega estrelas como Wesley Safadão, Luan Santana e Ludmilla - devem custar aproximadamente R$ 6 milhões aos cofres públicos. O levantamento do TNH1 toma como base o valor médio cobrado pelos artistas em apresentações em 2021. Ou seja, considerando o aumento de cachês no pós-pandemia, acrescidos do habitual inflacionamento em período de festas juninas, essa cifra certamente é ainda bem maior. 

O levantamento levou em consideração que o valor final acordado entre contratante e artista poderá apresentar diferentes preços para cada contrato específico, porém a maioria dos artistas apresentou um cachê fixado para diferentes tipos de eventos. Lembrando também que as cifras cobradas pelos artistas ou bandas podem variar de acordo com o mês, data e região onde acontecerão as apresentações.

Em meio a ameaças de greve dos servidores por reajuste salarial; e mais de 50 mil famílias vivendo o drama da região do Pinheiro com pouca assistência municipal, a farra junina divide opiniões, chegando a ganhar o apelido de "JPalooza', junção da inicial do nome do prefeito João Henrique Caldas com o Lollapalooza, festival internacional de música. Os gastos e o número de atrações contratadas a peso de ouro são tão altos que no dia do lançamento, em uma grande festa, na quarta-feira, 18, no espaço Pierre Chalita, a programação divulgada chegou a ser considerada uma "fake news" por pessoas nas redes sociais e em grupos de WhatsApp . 

Mas é tudo verdade. A festa milionária em tempos de crise econômica trará para a capital alagoana entre os dias 15 e 29 de junho, em três polos, artistas que cobram cachês astronômicos, a exemplo de Gusttavo Lima, que não sobe ao palco por menos de 1 milhão de reais.  Já o show de Alok, um dos mais badalados Djs do mundo, custará cerca de 450 mil reais aos organizadores. A programação inclui ainda Luan Santana e Wesley Safadão - que cobram o valor médio de 400 mil reais para um único show, que tem aproximadamente 70 minutos de duração. Elba Ramalho, Ludmilla, Bruno e Morrone, Tierry, Zé Vaqueiro e Lucy Alves também estão na programação. 

A reportagem do TNH1 consultou o Portal Transparência do Município de Maceió, onde não encontrou informações sobre as contratações. A  Prefeitura de Maceió foi contactada, mas não respondeu aos questionamentos da reportagem.  Procurado pelo TNH1, o Ministério Público Estadual disse que só pode agir nesse tipo de situação - caso haja irregularidade - caso seja provocado. 

Nas redes sociais, comemoração, mas muitas críticas

Claro que uma farra desse nível com dinheiro público não ia passar sem críticas pelas redes sociais. Enquanto alguns comemoravam, outros criticaram duramente a ostentação do Prefeito JHC. 

Houve quem apontasse a falta de reajuste salarial para servidores, escolas sem professores desde o início do ano letivo. Outro internauta lamentou : “Só o cachê desse povo dá pra construir 3 UPAs”. Outro internauta suspeitou da festa ser em ano eleitoral. “ANO ELEITORAL, ele [o prefeito JHC] quer mais é ‘agradar os inocentes’ e adquirir votos para os candidatos da panelinha”. Teve quem lembrasse da falta de preocupação da Prefeitura com os buracos da no Conjunto Gama Lins.

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